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domingo, 3 de outubro de 2010

Dia de Eleição

Meus 32 anos mostram o quanto há aspectos da vida que se tornam difíceis de visualizar por não terem uma situação oposta para tomarmos como parâmetro. Como nasci em 1977, pouco conheci do contexto político da ditadura, apesar de ainda ser em pleno governo Geisel. Vivi minha infância já na década da anistia e reabertura, lembro com relativa nitidez da morte de Tancredo e do governo Sarney e seu "golpe branco" para assumir no lugar de seu vice, antes que esse sequer tomasse posse após ser eleito pelo congresso.
Em 2010, é muito comum, ouvirmos falar do fardo que supostamente é sair de casa para escolher o que o congresso escolheu em 1984, e o que os militares compeliram a todos os brasileiros de escolher por cerca de 20 anos. Minha geração, que pouco viveu os períodos em que se era preso ou expulso do país por expressar qualquer insatisfação em relação a situação vigente. Hoje, repressões ainda existem, mas expressas de outra forma, ainda se modelando se assentando por sobre o ato de votar, em uma era pós guerra fria.
A educação pode ser flagrante como um aspecto dessa repressão alienante, e talvez explique essa concepção de fardo sobre o ato de votar, não conseguir enxergar quantos foram presos, mortos e expulsos para esse "fardo" seja exercido de dois em dois anos.

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